O tema tarifa de energia foi amplamente dissecado nos seus mais diversos aspectos, em matéria do jornal Diário do Nordeste do Domingo, 21 de novembro. A influência dos componentes: geração, transmissão e distribuição sobre o valor da tarifa de energia, por outro lado os impostos e contribuições sobre a conta da luz.
Após a privatização, sofremos um tarifaço que colocou o Brasil com a terceira maior tarifa de energia do planeta. Situando-se acima dos países do G7, os mais ricos, que geram energia muito mais cara e poluidora (Térmica, a carvão, Nuclear, outras). Contraditoriamente, possuímos o maior parque hidrelétrico do mundo, gerando cerca de 80% de toda energia consumida aqui. Energia essa limpa e barata. No Ceará, a Coelce pratica a quinta tarifa mais cara do Brasil. Nos últimos dez anos, a Coelce reajustou sua tarifa em 274%, enquanto o IPCA que reajusta salários foi de 130%.
Além disso, a Coelce onera ainda mais a tarifa com a compra de 33% de energia superfaturada, em decorrência do contrato entre Coelce e TermoFortaleza, empresa do mesmo grupo econômico. Essa empresa não gera, mas vende energia hídrica adquirida no mercado livre a R$18,34 o MWh, repassando para a Coelce a preço de energia térmica a gás, por R$178,00 o MWh. Caso não fosse esse contrato imoral, nossa tarifa reduziria em torno de 20%.
Diferentemente de outros Estados que rateiam a energia térmica com todos os consumidores brasileiro, no Ceará esse custo fica somente para os cearenses. Para termos uma idéia da perversidade em 2009, toda energia térmica no Brasil representou R$2,5 bilhões, enquanto no Ceará esse montante foi de R$ 800 milhões. Toda essa imoralidade com a autorização e anuência da Aneel, agência que deveria ser reguladora. É justo isso?
Lula Morais é médico e deputado estadual pelo PCdoB
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